As vezes fico pensando que não tenho muito o que escrever no blog, é quando acontece algo em meu dia que penso "Tenho que compartilhar isto". Tudo bem que geralmente é algum problema, mas tá valendo mesmo assim. Como diria o ídolo da minha prima @retheodoro, "O tempo na pára!"
Bom, o carro foi parar na oficina mais uma vez, só que agora nós cansamos de pagar fortunas para consertá-lo, então o carro foi vendido. Como eu o tinha deixado em uma oficina no ABC, tinha que buscá-lo, lavá-lo e acabastecê-lo, pois o rapaz que comprou passaria em casa hoje de manhã para levar o carro embora.
Então fui ontem buscar o carro, saí de casa umas 4h da tarde, acabei pegando muito trânsito e cheguei meio em cima da hora (a oficina fechava as 6h da tarde). Tinha combinado com meu primo de encontrá-lo no escritório para ele me levar até a oficina. Quando cheguei, reparei que o carro dele não estava estacionado na frente do prédio, logo pensei "Legal, o corno esqueceu". Como estou sem celular, toca eu procurar um orelhão para ligar para ele. Como não consegui contato, pedi para que minha mãe falasse com meu primo, e desta forma, descobri que o carro que estava com o pai dele tinha quebrado, e o coitado apenas tinha ido socorrer meu tio com o carro dele. (Quando falo primo, é de sangue, porque de coração, ele é irmão!)
E agora? Olho para a minha carteira, que anda tão vazia quanto estômago de queniano, e vejo que tenho dinheiro suficiente para tomar um taxi até a oficina, pois eu lembrava que era perto. Então peguei o taxi, e realmente foi muito rápido. Mas como a vida não é fácil, o taxista (motoboy que dirige carro), me disse que ele tinha atravessado a linha de dois municípios, por isto, ficaria mais caro. Para não discutir, paguei e sai do bom e velho Uno branco. O mecânico estava me esperando, com a oficina já fechada, e com o carro do lado de fora. Então agradeci a atenção, peguei o auto e fui embora.
Estava me dirigindo para a casa do meu pai, meio perdido, pois não sabia muito bem onde eu estava. Foi quando, depois de virar umas duas esquinas, sinto que o carro está gaguejando. Quem disse que ele tinha 1ml de gasolina? O carro apagou, fiquei sem gasolina, em uma rua estreita, na subida, embaixo de uma garoa que ameaçava virar dilúvio. Ligo o pisca-alerta, que deveria se chamar "Calma Aeee Animais!!". Saí do carro e fiquei pensando no que eu poderia fazer. Graças a Deus era uma rua que não passava muitos carros, mas sempre tinha um ou dois passando. E todos que passavam buzinavam, quando não me xingavam.
Vejo uma calçada meio rebaixada e penso que seria um bom lugar para deixar o carro sem atrapalhar o trânsito. Olho para a calçada e tinha umas pessoas olhando para mim, eu olhei para elas, no fundo dos olhos, com a maior cara de dó, pra ver se eles me ajudavam, mas apenas recebi um "Éééé...tá cumplicadu hein fio!". Obrigado por nada!
Já que eu não ia ter ajuda mesmo, comecei a empurrar o carro sozinho, tendo ainda que girar o voltante, que quase saiu na minha mão. Agora, o mais legal foram as pessoas na calçada, que não prestaram socorro a minha pessoa, dizendo o que eu deveria fazer:
Idiota nº1: "Esterce querido, esterce tudo"
Idiota nº2: "Olha a roda! Olha a roda no meio fio"
Iditoa nº3: "Era melhor ir de ré"
Eles estavam se sentindo os "técnicos de futebol", passando estratégias e dando bronca. Mas não tem problema, ajuda quem quer, e atrapalha quem quer. Depois de colocar o carro na calçada, fui correndo até um posto de gasolina, comprei uma daquelas sacolinhas cheias de gasolina e voltei correndo pra abastecer o carro. Aliás, foi tão complicado quanto colocar o carro na calçada. Tava com mó medo de soltar aquele saco no chão, ou então derramar gasolina em algum lugar que não pudesse. Mas, depois de uns 3 minutinhos, eu já tinha esvaziado o saco, o qual eu queria usar para sufocar um velho que continuava me dando dicas de como abastecer melhor: "Segura mais embaixo...vai derramar"
Graças a Deus, deu tudo certo, peguei o carro e fui pra casa do meu pai. Lá, lembrei que tinha que levar o carro lavado para São Paulo. Então peguei mangueira, balde, sabão e esponja e fui lavar o bendito. A única observação é que estava garoando meio forte, mas como garoa não tiraria a sujeira, apenas molharia o carro, continuei minha empreitada, apenas de bermuda, lavando o carro na chuva. Pode-se dizer que estava chovendo no molhado, literalmente.
Como não podia faltar, uma vizinha do meu pai tava chegando em casa naquela hora com toda a família, e todos olhavam de dentro do carro, fazendo mó cara de estranhismo, imagino eu, pensando quanto idiota eu era! Ficaram me encarando por alguns 40 segundos, e ainda disseram: "Tá lavando o carro né?". Pensa no que eu pensei em responder:
"Não, não...ele que tá me lavando!"
"Magina, só to competindo com Deus para ver quem molha mais o meu carro"
"Não to lavando não, eu to batizando ele."
Mas eu respondi: "Ééé...to sim!"
Terminado de lavar o carro, entrei pra dentro da casa do meu pai, com medo de ter pegado uma gripe, mas feliz, pois, por mais que tenham sido as dificuldades, tudo tinha passado, e agora havia motivos para rir, e, quem sabe, fazer outros rirem com minha história também.
Coloquei 3 músicas no blog, elas falam sobre duas coisas que não saem da minha cabeça: tentar sorrir sempre e chuva (por causa de ontem).