sexta-feira, 5 de março de 2010

Uma Odisséia Futebolística

Ontem foi um dia muuuito bom. Fui assistir ao jogo do Corinthians contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Não era aqueeeele jogo, mas era uma ótima oportunidade, pois o jogo seria as 17 horas e o adversário era do interior, logo, muito mais tranquilo.

Fui acompanhado da Keila (@kmatsumora) e da Fuca (@retheodoro). Marquei de encontrá-las no metrô Clínicas, mas como eu moro mais perto, cheguei mais cedo. Enquanto eu aguardava as meninas, fui procurar saber como chegar no Estádio do Pacaembu, mas não foi necessário perguntar, era só seguir a passeata de corinthianos, que chegavam em centenas a cada metro que parava. Eu fiquei parado ao lado da bilheteria do metrô, olhando os trens que chegavam. Nisso, percebo que tem um cara de uns 2 metros de altura, vestido com a roupa da Gaviões da Fiel, olhando pra mim e sorrindo. Na hora, pensei que ele achava que me conhecia, mas percebi que ele olhava pra mim como se estivesse me paquerando. Ótimo, receber um flerte de um membro da torcida do Corinthians, horas antes do jogo, esperando as meninas. Dei a volta em um pilar para sair da mira do "viado da fiel".

As meninas chegaram, vamos para o estádio! Aproveitamos a multidão que seguia pelas calçadas para localizar o estádio, uma caminhada de uns 15 minutos até chegarmos, mas não foi este tempo que demoramos para chegar até a bilheteria. Como era um jogo tranquilo, deixamos para comprar os ingressos na hora do jogo...erramos feio. Depois de seguir a torcida até os muros do Pacaembu, começamos a procurar a fila que venderia os ingressos para o nosso setor. Passamos pela primeira bilheteria, mas não era ali. Continuamos andando para a segunda, e também não era ali. Resolvi perguntar para um orientador do estádio onde vendiam os nossos ingressos, e ele respondeu "É só descer a escada a esquerda", detalhe, ele disse isso apontando para a direita. Seguimos andando, descendo as escadas, chegando lá embaixo, perguntei de novo, e me mandaram subir outra escada. Estávamos exaustos, principalmente a Keila, que subia as escadas como se estivesse com um colar de 150 quilos...semi-morta.

Até que enfim, achamos a nossa filaaaa! O único problema é que ela era tão extensa quanto uma fila de banco em dia de pagamento. E para facilitar, só tinham 3 bilheterias atendendo, e ainda existia uma fila preferencial para idosos, que obviamente, levavam 6 horas para explicar o que eles queriam ali. Uns deles parecia que tava na fila do pão! Engaçado foi quando eu encontrei as meninas na fila e disse "A fila está enorme! Se duvidar, vamos entrar só no segundo tempo". Nisto, um pai que estava ao lado, com seu filho de uns 6 anos, tentava acalmar a criança , enquanto me olhava com reprovação, pois a mesma já estava preocupada em não entrar e ficou angustiada com a minha mensagem.

Graças a Deus, perceberam que a fila estava hediondamente grande, e resolveram abrir um outro guichê de atendimento, e por sorte nossa, era ao lado de onde nós estávamos. Desta forma, nossa posição na fila foi de milésimo para vigésimo. Algumas confusões, gente tentando furar a fila, gente dedurando para a polícia quem eram os "furões", polícia tirando os malandros da fila, bêbado ao meu lado falando "A gente fica na fila e os bróthi traz o combustível. Vai dizer que não?". A boca de boa parte da torcida se resumia a cheiro de cachaça, palavrões e poucos dentes.

Chegou a nosa hora de comprar os ingressos, ufa! Agora eu tinha mais um desafio, tentar comprar meia-entrada pra não precisar pagar 70 reais. Não adiantou, os critérios minunciosos da atendente e a falta de malandragem da Keila, fizeram que eu pagasse o valor integral. Ui...doeu! Mas ok, fazer o que, já estava ali e queria entrar logo. Pagamos, enquanto eu acalmava os ânimos da fila que me apressava ferozmente.

Ingressos na mão, corremos para a entrada do estádio, afinal, o jogo já havia começado há 10 minutos e existia uma certa euforia, o que nos fez pensar que o jogo estava delirante. Nessa adrenalina, a Keila chegou na porta, onde os policiais revistam os torcedores, colocando o terror no guardinha "Ai meu Deus, começou o jogo. Vai vai!" Sorte dela que o policial era cordial e ainda fez brincadeiras sobre o nosso atraso.

Aleluia! Entramos no estádio. Depois de uns 2 minutos de deslumbre com a imagem do jogo, sentamos e começamos a assistir.

Não foi um espetáculo futebolístico, teve seus lances emocionantes. O que mais nos chamava atenção era algumas particularidades da torcida. Muuuito xingamento! Palavrões e ofensas de todos os estilos, para diversos alvos e por diversos motivos. A primeira coisa que me chamou a atenção foi um grupo de meninos de uns 8 anos, todos uniformizados, como se fossem de alguma equipe. Logo no início do jogo, eles gritavam ao juíz:

"Juíz! Ladrão! Porrada é solução!"

Hehehe! Só de pensar que quando aquele juíz começou na carreira, aqueles meninos ainda usavam fraldas. Hoje, eles ameaçam o árbitro de agressão física, mesmo não tendo coordenação para segurar um saco de pipoca na mão.

Outro torcedor curioso era uma senhor de uns 36 anos que estava sentado na nossa frente. De sua boca jorravam ofensas aos jogadores, principalmente ao Alessandro e ao Ronaldo. As mais interessantes foram:

Ao Alessandro: "Vai sua SACOLA DE BOSTA!"
Ao Ronaldo: "Se mexe....seu BONECO DE NEVE!"

Hahaha! Além de xingar os jogadores com uma raiva fora do comum!

O juíz também foi alvo de um outro senhor, sentado duas fileiras atrás de nós. O xingamento dele foi mais pesado, o torcedor gritou ao juíz (que era negro): "Apita direito...macaco maldito". Achei muito bizarro aquilo, afinal, o cara estava usando um linguajar totalmente descriminatório. Mas se eu não me engano, ele também era negro, logo, ele se sentia seguro em ofender sua própria etnia com ofensas racistas.

O Corinthians fez um gol...o Botafogo também...nada demais. O jogo terminou empatado em 1 x 1 e fomos embora, um pouco desolados, mas felizes, afinal, aquela odisséia de comprar os ingressos, entrar no estádio, assistir o jogo e rir dos torcedores, tinha sido uma aventura e tanto.

Saímos do estádio, começamos a subir a Av. Pacaembu com destino ao metrô. Novamente, estamos seguindo uma multidão de torcedores. No meio do caminho, uma pequena confusão. Começa uma correria de uns 50 torcedores atrás de 2 garotos. Não conseguia entender o porque, mas fiquei alerta, pois tudo acontecia muito perto de onde estávamos. Eles conseguem alcançar os dois garotos, mas graças a Deus nada aconteceu. Detalhe, durante esta pequena confusão, a Fuca vem segurar no meu braço, meio que assustada com o que está acontecendo. Fez o certo, afinal, no meio de uma briga generalizada, eu seria a solução de todos os problemas. (Ironia Mode: ON)

4 comentários:

  1. dhuhUHAUDHuahudhUD...

    Temos que ir de novo... FATO!!!
    Adorei... e vê se pega leve cmg no próximo post. hahahaha -.o

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  2. Hehehe! Adorei o jogo Keee! Espero que na próxima a gente já vá com o ingresso na mão e assista uma vitória do Corinthians com muitos gols.

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  3. Não adianta! você tem que aceitar!

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  4. Tá bom....eu aceito! Espera um pouco, aceitar o que?

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